"Auriverde pendão da minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança..."
-----------------------------------------------------
"Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha!"
------------------------------------------------------
(Castro Alves)
120 anos se passaram e a ferida ainda não cicatrizou e não irá sarar enquanto...no cinema , a menina vê "GANGA ZUMBA". Quilombo invadido e a negra sendo perseguida, atravessando a mata e um riacho, onde cai. Está morta. A negra é a excelente atriz LUIZA MARANHÃO que desapareceu também das telas brasileiras para nunca mais.
Mas, a realidade dos negros brasileiros, ainda hoje, não é cinema. Assim analisaram muitos estudiosos e antropólogos: Gilberto Freyre; Roger Bastide; Pierre Verger, só para falar dos mais proeminentes. Jorge Amado que retratou a Bahia como microcosmo desse país da omissão e do desrespeito morreu sem receber o NOBEL que, politicamente, como sempre, foi para outro. E quem se lembra do outro? Falando nele, perdemos a pouco sua companheira de todas as horas, ZÉLIA GATTAI, uma personalidade forte, escritora de grandes méritos.
Retorno ao meu pequeno universo onde minha mãe nos contava as histórias das escravas do seu avô que a viram nascer: "MÃE TEREZA" e "MÃE GERMANA". As duas, sem terem para onde ir, após "a libertação", continuaram com a família e serviram a todos até o fim de suas vidas inglórias, como inglórias são as vidas de todos nós, povo brasileiro.
Eles regaram essa terra com seu sangue, sua cultura e religiosidade. Religião proibida, perseguida, enxotada dos salões dos brancos que quando se sentiam aflitos com seus males corriam (ainda correm) aos terreiros e senzalas para buscarem a proteção DOS ORIXÁS DE ANGOLA, DE KETO, DE NAGÔ...e quem vai à igreja pela manhã poderá ser encontrado prestando reverência à UMBANDA ou ao CANDOMBLÉ.
Essa HIPOCRISIA NACIONAL me enoja! Onde iremos parar com tantas mentiras "oficiais"?
Acima: Castro Alves; dispensável dizer da sua LUTA em favor dos negros, principalmente com o ÉPICO " NAVIO NEGREIRO ". Abaixo: Jorge Amado e Zélia Gattai; Luisa Maranhão e representação artística de um Culto Afro. E VIVA O BRASIL DE TODAS AS RAÇAS!!!
19 comentários:
O negro brasileiro ainda está longe de alcançar sua liberdade. O racismo "velado" ainda impera no país da hipocrisia. Maravilhoso texto desta a quem eu amo!
Los habitantes de la blogosfera, somos un ejemplo para que desaparezcan las fronteras y por ende colores de piel y otras estupideces que hoy nos separan.
Por otra parte, gracias por su comentario, me llega mas viniendo de la hermosa tierra, Brasil, tierra de libertad, o acaso el grupo inglés Monty Phyton no elaboró su película Brasil como un canto de libertad
Esta película nos dejó el spam para definir el correo basura y la noción que Arcuarela Brasileña es un himno mas que una canción-
Gracias
A escravidão foi uma mácula terrível para a história brasileira, de repercussão social degradante para o negro e para toda a sociedade. Texto atual e sério. Guilherme
Triste ainda somos. Discutimos as corers. Os nomes. Os postos. Os Opostos. Tristes ainda somos. Discutimos.
Negro, índio, pobre, velho, criança, mendigo, mulher.Tem preconceito para todos os gostos e que gostos! Boa abordagem e lembrando a Zélia do nosso Jorge. Salve a Bahia!
Acredito, Vanuza, que não há escravidão maior do que a AUTOCENSURA imposta pelo sistema a todos nós. E vamos reconstruir esse país bebendo o leite no seio das nossas escravas, O LEITE DA LIBERDADE.
Escravos todos somos!
" E NEGRO É A RAIZ DA LIBERDADE!" QUEM ASSIM NÃO QUISER, "VÁ MAMAR NOUTRO LUGAR"!
Sangra e clama por justiça!
Acabou mesmo a escravidão? Quem foi que disse?
O Brasil é realmente preconceituoso com negros e pobres, principalmente. Nosso dever é lutar contra quaisquer formas de discriminações.
Setenta por cento dos nossos irmãos negros AINDA estão excluídos da sociedade de consumo, são miseráveis.Isso é justo?
Negros, índios, caboclos, cafuzos, todos deveriam ser exaltados e resgatados antes que suas culturas desapreçam.
O racismo não é velado, só sendo como eu: mulher, negra, divorciada e, por outro lado, professora, advogada, DJ e "otras cositas mas" é possível ver o racismo na forma que me olham ao ser educada, falar bem o português, discorrer com facilidade assuntos jurídicos do meu domínio e me sentir segura.
As pessoas me olham como uma alienígena.
Dá vontade de responder: sou daqui sim, só "ralei" um poquinho mais e meus pais tiveram juízo na busca da minha educação desde a pré-escola...só isso.
Agora, com licença que meu disco voador vai pousar ali na praça central...rs.
Escravos? Todos somos.
Foi a pior imagem do nosso país!
Um post perfeito e pouco comentado, o preconceito ainda existe!
A escravidão anda por aí mascarada, disfarçada sob muitas faces, sem mordaças, gritando poesia para atrair vítimas de todas as raças porque ela se multitransformou e anda com sapatinhos de Cinderela nas ruas comuns da vida.Maria Leite
Postar um comentário