sábado, 21 de março de 2009

"Conversando com Deus" (o filme)

Ontem foi um dia difícil, confesso. Olha que não gosto de ficar choramingando pelos cantos, mas uma gripe persistente me levou a uma crise alérgica...mas não foi esse o motivo que me conduziu a esse novo diálogo com vocês, colegas que têm a generosidade de passar e, por vezes, se darem ao trabalho de me comentar.
Um amigo de longa data me visitou à noitinha e a conversa recaiu sobre um tema que evito ao máximo focalizar: a espiritualidade. Por que evito? Simples, cada um tem seu caminho, sua busca pessoal e quem sou eu para tentar impor alguma idéia? Ninguém...
Isso não significa que não tenha minhas preferências e tendências nesse campo e acabamos, eu, o amigo e meu filho, nos reunindo em torno da telinha para assistirmos a um filme muito especial:
"CONVERSANDO COM DEUS". Já o havia visto por umas três vezes, anteriormente, e sempre percebendo nele ângulos estéticos e me aprofundando mais e mais nos pensamentos ali contidos. Não esperem de mim uma resenha nos moldes tradicionais. Isso vocês que possuem seus PCs até mais incrementados que o meu, vão encontrar "de montão", caso se interessem.
As experiências e as várias quedas na vida de Neale Donald Walsch estão retratadas nessa película de uma forma tão digna e respeitosa que tomei a liberdade de ousar dividi-las com vocês. Neale passou de alto executivo, homem rico e próspero a mendigo em função de um estranho acidente de carro, pois mesmo capacitado para retomar suas atividades foi duramente rejeitado pelo "sistema". Acabou morando num parque público e lá ele encontrou o que muitos de nós, por vezes, evitamos, mas precisaríamos encontrar: a solidão, a fome física, a ausência total de afeto e, inacreditavelmente, a Solidariedade daqueles que são classificados como a escória da humanidade que são os despossuídos, os miseráveis, aqueles a quem atiramos uma moedinha e os esquecemos a seguir, esses foram os que o acolheram, seus amigos de verdade.
Neale tem total noção das suas limitações e sabe que não seria o veículo perfeito para tais "contatos" e recebe as ofensas com humildade pedindo perdão às pessoas que magoou pela vida afora, quantos de nós fariam isso?
MENTE ABERTA E SEM IDÉIAS PRÉ-CONCEBIDAS, POR FAVOR!
NÃO SOU FANÁTICA POR NADA E LONGE DE MIM TENTAR FAZER A CABEÇA DE ALGUÉM...
NAS CORES DA NATUREZA, A PAZ E O CONTATO ÍNTIMO COM DEUS!
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SELO E MARCADORES PRESENTEADOS PELA AMIGA SILVIA MASC QUE POSSUI UM EXCELENTE ESPAÇO DE UTILIDADE PÚBLICA, PRINCIPALMENTE DIRECIONADO À TERCEIRA IDADE, AGRADEÇO DE CORAÇÃO!
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KÁTIA DE CARLI, BLOG MÚLTIPLAS FACES, mulher e pessoa íntegra, mãe fora-de-série, jornalista incrível e Amiga com "A" maiúsculo mesmo, encontra-se adoentada, talvez num leito de hospital. Nem ela - muito discreta -, muito menos sua família me pediram isso e que me desculpem se o faço. Mas, peço-lhes: façamos-lhe uma visita, levemos nosso carinho e o calor do nosso afeto. Custa alguma coisa? Amanhã poderá ser o nosso dia...não seria, no mínimo, reconfortante, termos nossos amigos ao nosso lado? Nada de piedade, pieguices, apenas...AMOR!

KÁTIA, AGUARDAMOS A SUA RECUPERAÇÃO E O SEU RETORNO, DE CORAÇÃO!

PRA VOCÊ, ESSE BOTÃO ORVALHADO QUE COLHI AGORA...

sexta-feira, 13 de março de 2009

A BRUXA DO LABIRINTO: SEXTA-FEIRA 13

BOM TEMA PARA UMA SEXTA-FEIRA 13, QUEM ACREDITA?KIKA-ZÁS E O SEU CALDEIRÃO DE MALDADES...

As ramagens verdejantes iam formando círculos concêntricos que, aos poucos, se perdiam em estreitas trilhas e essas indo parar em becos sem saída.O LABIRINTO DE ONDE POUCOS CONSEGUIAM FUGIR COM VIDA E DIGNIDADE...

O perigo ali não residia nas sendas tortuosas dos arbustos, porém na existência de uma estranhíssima habitante do local que, por sua habilidade em criar sortilégios de magia negra, ficara celebrizada (triste fama essa) com o apelido de Kika-Zás.
Bento trazia todos os detalhes na memória e, por ser pai de uma menina muito curiosa, procurava até "carregar nas cores" e nos detalhes terríveis dos acontecimentos.
- Pai, em que a Kika o transformou? Começou ela...
- Fui um rato, minha filha, aliás, um dos ratos, pois todos os que ela encontrava não escapavam dessa praga. Passei minha juventude em tocas fétidas e esgotos até que, um dia, me bateu a idéia mais luminosa da minha vida: destruir seu jardim das hortências. Não que odiasse essas exuberantes flores, mas pelo fato dela esconder sob a terra seus talismãs e bruxedos. Daí, arranquei, raiz por raiz todas as falsas flores do seu jardim do mal.BENTO TRANSFORMADO EM RATO...

- E a mamãe? Ela a odiava também?
Bento empalideceu, mas prosseguiu:
- Sua mãe foi aterrorizada por ela até o dia em que consegui libertá-la. Posso contar isso outro dia?
- Não. A resposta foi certeira. Quem já conseguiu enrolar uma criança? Ninguém, óbvio.
- Certo, certo, Marcinha! Sua mãe foi vítima da inveja dessa bruxa e dos seus necromantes, unicamente porque possuía um roseiral à frente da sua casa. Foi inveja da Kika, minha menina! Os vizinhos ao redor começaram a comparar e a preferir as rosas de Isaura e não as hortências de Kika. Na verdade, para os invejosos, a motivação pode ser trivial, mas a vingança é feroz.O JARDIM DE ISAURA QUE KIKA-ZÁS INVEJAVA...

Fui atraído à casa da bruxinha com um falso convite para uma festa e lá bebi um dos seus "filtros" em taça de cristal, deixei-me levar pelas aparências, também me culpo por tudo. E mesmo transformado em asqueroso roedor, pude infiltrar-me na masmorra onde sua mãe se encontrava prisioneira e roí as cordas que a prendiam, libertando-a para sempre.
Marcinha, a essa altura, já queria ouvir o fim da história:
- Pai, pai, a Kika morreu?
Aqui, Bento preferiu não mentir:
- Não, filha, as bruxas são como vírus, elas se encapsulam e até aparentam "ser boas". Nós, os humanos é que precisamos ser vigilantes e necessitamos criar os antídotos e defesas contra o mal. Dormir com um"olho aberto e o outro fechado" - ele sorriu sem querer - deu pra entender? A menina também abriu um sorriso bem maroto.
- Continuando, fugimos pelo denso labirinto onde ouvíamos uivos e sombras gigantescas que surgiam ao nosso lado, daí encontramos um velho lavrador que... mas a garotinha já dormia.
O esposo voltou para o quarto onde Isaura o aguardava. Estavam a salvo!

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" Dona Lurdinha, escondida atrás do coqueirinho, vá cuidar da sua vidinha e me deixe cuidar da minha!" (Miguel Falabella)

- Pois é, sabe que o Miguelito tá certo?

O recadinho foi necessário, pode crer!!!

domingo, 1 de março de 2009

Curitiba, o Primeiro Amor...

A estrada verde e os pinheirais não tinham fim, mas Curitiba estava próxima. Chegamos à rodoviária velha.
O "povo do frio" e sua propalada elegância me atraíam; havia um desfile colorido de gorros, cachecóis e até luvas pelas calçadas onde damas exibiam sua beleza nórdica-brasileira. Encantador esse país continente, não acham? Frio e Calor convivendo num mesmo idioma.
Entrei numa loja de departamentos e fui comprando, sem olhar o preço, um casaco verde-musgo que combinava com minha cabeleira bem negra. Voltei ao Hotel Mafra, fui subindo a escadaria gasta que rangia. Cheguei a um quarto amplo, limpíssimo e com inúmeos cobertores e edredons. O frio era intenso, mas havia a luz natural que se espargia através da janela escancarada. Detive-me no parapeito de onde podia divisar uma casinha azul de madeira e... um habitante masculino muito especial.
O rapaz de sobretudo cinza e madeixas douradas grudou-se na minha imaginação e eu já fantasiava, namorando-o. Adolescente, meus amigos, tudo nessa fase TEM que acontecer como nos sonhos. Não acontece, sabemos.
Foi no Café da esquina, pela manhã, ao pedir ao garçom aqueles deliciosos pãezinhos crocantes que percebi a presença de Juliano: tremi, mas não foi de frio, lhes garanto!
Juliano viu-me sozinha e veio ao meu encontro com um sorriso inocente e poderoso, me desarmou...
- Você não é daqui? Perguntou-me logo.
- Sou do Rio. Respondi-lhe, forçando desenvoltura, estava confusa por dentro e não me perguntem o porquê.
- Quer sentar-se comigo? Bem, titubeou propositalmente, se não tiver algum compromisso. Sorriu de novo. Fui levitando até sua mesa. Depois daquele longo café, guiou-me até os pontos turísticos da cidade e cedemos às primeiras carícias, as mais ingênuas, pra começar, aquelas do ABC dos jovens que tateiam na penumbra da paixão, escondidos do mundo, escondidos de si mesmos...
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*Conto minimalista (ficção).

*Só queria falar da Curitiba que conheci na adolescência. Infelizmente, o Juliano não existiu.

*Agradeço a todos!