quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Uma questão de perspectiva

Na complexidade do destino, aquele morro verde encheu-me o olhar
E o caminho nunca foi tão reto e sem fim, assim como o vento
que foi sendo engolido pela janela aberta por nuvens translúcidas
Fluidas
Ali também estava a antena de TV, imponente, sorvendo imagens
do éter
Duas pessoas no terraço do prédio distante, pareciam-me
tão perto e palpáveis, quase me enganaram
Sei que a mão de Deus não pousou em mim que eu sentisse
E se as pessoas fossem finas como folhas de papel?
Uma simples questão de perspectiva,
e abriu-se o portal da poesia em mim,
Pensar que foi tudo assim,
De repente, sem nenhum sentido preciso
preciso ser imprecisa...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O que se traça na taça

Uma incredulidade me assalta constantemente sobre a "capacidade" que o ser humano tem em prejudicar outro ser humano. Somos suicidas em potencial, eis minha primeira conclusão - talvez meio precipitada.
João, na Ilha de Patmos, no seu exílio forçado, medita e escreve o apocalipse. Ele foi o único discípulo que assistiu todo o martírio e a crucificação de Jesus. Impressionante essa imagem, não?
Milagres e abominações borbulham na taça que contém o sangue  dos miseráveis.
Uma lágrima pesada cai sobre Nova Iorque, outra despenca em Xerém.
De Xerém a Nova Iorque, qual a distância tem?
Enquanto a taça transborda para alguns, para a maioria, no entanto, falta-lhes a gota que refrigera os lábios sedentos.
"E o quarto anjo derramou sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abraçasse os homens com fogo."
Nada demais, apenas para refletir e traçar rumos para 2013.