
- É caju, meu fio, vai querê? Responderam ambas ao mesmo tempo.
Quem vê e vive cenas assim, jamais vai querer esquecê-las e, se possível, vai passá-las adiante.



Joaquim Cardozo não se contentou em ser Mestre na Poesia e sua estrada foi mais longa.
Ele tornou-se um dos maiores engenheiros calculistas do mundo e junto aos cérebros privilegiados de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa saiu construindo Brasília, Pampulha e muita arquitetura boa por esse Brasil afora.
Tímido ao extremo, manteve-se afastado das badalações literárias, mas suas Obras - no papel e no cimento - ultrapassaram fronteiras e se eternizaram feito as pirâmides do Egito.

Como te chamas, pequena chuva inconstante e breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve?
Tereza, Maria?
Entre, invade a casa, molha o chão,
Molha a mesa e os livros.
Sei de onde vens, sei por onde andaste.
Vens dos subúrbios distantes, dos sítios aromáticos
Onde as mangueiras florescem, onde há cajus e mangabas,
Onde os coqueiros se aprumam nos baldes dos viveiros.
E em noites de lua cheia passam rondando os maruins:
Lama viva, espírito do ar noturno do mangue.
Invade a casa, molha o chão,
Muito me agrada a tua companhia,
Porque eu te quero muito bem, doce chuva,
Quem te chamas, Tereza ou Maria?

Ouçam bem essa preciosidade que vai continuar na próxima postagem quando, se Deus quiser, pedirei a Graciliano Ramos que fale de Vidas Secas para quem quiser ouvi-lo. Mas me digam, meus compadres, quem aí sabe que o galo campina quando canta muda de cor? E essa gente andando a pé, vai oiando coisa a grané, coisas que pra mode vê, o cristão tem que andá a pé...