quinta-feira, 11 de setembro de 2014

E viva o cordão encarnado!

Estado de Alagoas, década de trinta. Já na adolescência, lá pelos seus quinze anos, ela participava das apresentações públicas que colocavam em disputa os tradicionais cordões azul e encarnado. A mocinha vibrava pelo seu cordão encarnado, a cor de sua predileção.
Os tecidos vermelhos vinham da capital, Maceió, mas eram costurados por dona Cecília que caprichava na saia rodada e nos rendados.
E assim, a jovenzinha girava nas sapatilhas e ali, extravazava toda a sua alegria em direção aos olhos e corações dos rapazes que a assistiam, entre eles, aquele que viria a ser meu futuro e querido pai. E já dá pra saber quem seria a vaidosa menina? Ah, essa só poderia ser minha mãe, tão perfumada em suaves fragâncias, e muito graciosa naqueles trajes típicos.
Por isso, costumávamos ouvi-la na hora do almoço lá em casa, entoando a seguinte estrofe:
"Sou rosa vermelha,
Sou teu bem querer
A rosa vermelha encanta
Hei de amá-la até morrer"

As apresentações dos cordões azul e encarnado ainda fazem parte do folclore nordestino até os dias de hoje. E viva o cordão encarnado!