quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Filhas das Estrelas - Ficção Científica - Parte 2

O desemprego em massa e a corrupção política desenfreada, jogavam por terra o que ainda restava do respeito e ética à dignidade humana. Quadrilhas se formavam em todos os becos e saqueavam a todos e a tudo, desde computadores e celulares de última geração, a aparelhos de alta tecnologia em lojas, supermercados, e escritórios públicos e particulares. Hordas enormes de ladrões se apropriavam de alimentos até das casas de famílias humildes. Nada ficava incólume àquela devastação social.
Felizmente, para Célia e Íris (a menina), assim que o pânico começou a se instalar, ambas conseguiram fugir às pressas pelos fundos do quintal e se abrigaram no galpão de uma velha fábrica vazia, mas sabiam que era por pouco tempo. Tropas da polícia chegavam em caminhões para conter à força àquela destruição da ordem pública, mas até esses se deixavam contaminar e aderiam aos saques e assassinatos de pessoas inocentes, como idosos, mulheres e crianças. A terra não era mais um lugar seguro para abrigar e proteger a raça humana, tendo em vista que até a natureza se rebelava, e uma chuva de meteoros bombardeava uma grande parte das nações, deixando marcas profundas onde caíam. As grandes cidades ficavam com suas luzes apagadas, a água encanada sumia das torneiras, e a orgulhosa civilização ocidental se debatia em espamos de dor e lamentos.
Entretanto, como já foi dito anteriormente, mãe e filha, encontraram o apoio surpreendente e inesperado de Petrônio e sua equipe multidisciplinar de médicos, cientistas e psicólogos que as acalmaram como podiam e as acomodaram em um  pequeno e confortável quarto com flores do campo na mesinha de cabeceira, ali foram bem tratadas e fizeram uma refeição farta e quente que não experimentavam há dias. Adormeceram nos braços uma da outra.
- Então, já estão preparadas para a viagem de helicóptero? Vai chegar daqui a vinte minutos, disse Petrônio com voz pausada e firme.
Célia apenas virou sua face pálida para o  lado dele e fez um gesto de concordância, mas seu pensamento voou para longe, para o passado de uma pequena ermida onde ela, Donato, o marido, e a pequenina Íris, passeavam pelo verde de uma horta onde cultivavam alfaces, repolhos, batatas e tomateiros.
Subitamente, um som estrepitoso afastou-a de suas mais doces lembranças, o helicóptero se aproximava e pousava numa área improvisada.
- Vamos sair daqui rápido, minhas queridas! Apressa-se o anfitrião. Porém, por um breve momento, ele percebe o estado melancólico da mulher que cai num pranto dolorido. Foi quando aconteceu um terno abraço como se fora de pai e filha, e Petrônio também chorou sem sentir pejo ou vergonha da sua masculinidade.
Passado esse momento de emoção, em um assomo, aquele senhor lhe fez uma pergunta que lhe pareceu absurda:
- Queres partir desse planeta, Célia?
Na terceira parte da história, conheceremos a resposta de Célia. Aguardemos mais um capítulo, por favor.
Estão gostando? A opinião e até as sugestões de vocês, principalmente essas últimas, serão o nosso termômetro nessa jornada ao infinito.
Obrigada a todos!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Filhas das Estrelas - tentativa de ficção científica - novela


A princípio, o que as duas mulheres viram, não passava de uma porta carcomida de um antigo casarão, mas à medida que se aproximavam, outras estrututas arquitetônicas se divisavam ante seus olhos atônitos.
Célia bateu à porta e deparou-se com a figura de um homem muito alto e de barbas grisalhas. Ele a cumprimentou sorridente e afagou a pequenina cabeça da menina. Porém, ao penetrarem ali, ambas perceberam um entrelaçamento de grades fortes de ferro que ao serem tocadas por Petrônio (o nome do anfitrião) subiram e deixaram sobressair uma espécie de laboratório enorme e branco por onde circulavam cientistas que se locomoviam  sobre um piso cinza e brilhante.
A menina, muito assustada, agarrou-se com medo à saia da mãe. Ainda achava-se em estado de choque com as imagens recentes e perturbadoras que tomara contato até chegarem ali. Vira homens armados nas ruas e que tomavam brutalmente de assalto residências, maltratando pessoas inocentes e indefesas.
Continua no próximo capítulo...
Obrigada pela leitura!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Valei-nos, Santa Maria! Nada de carnaval!

Cheios de planos em suas mentes criativas, eles partiram felizes para uma dimensão cujo fundamento transcendental coloca ateus e religiosos  em permanente e eterno confronto filosófico. Pouco importa isso agora.
Simplesmente, em meio à mortífera cortina de fumaça e às chamas alucinantes, tudo está carbonizado. Principalmente...os sonhos.
Flores para os mortos!
Outras tragédias se sucederão nesse mundo materialista, impiedoso, ganancioso, perverso, narcisista, sem compaixão. Assistir a tudo pela mídia, foi o que nos restou.
Enquanto isso, o gado exibe sua ossada branca na caatinga nordestina, mais e mais crianças choram sua fome e comem macambira amarga. Morrem também, as infelizes.
Lama e chuvas torrenciais arrastam casas simples, colchões, geladeiras, bonecas, carrinhos de brinquedo e criancinhas que nem chegaram a ter um sonho sequer. Culpa de quem?  Quem ousa falar a verdade?
Flores, muitas flores para os que se evadiram dessa terra sem lei.
Valei-nos, Santa Maria!
Nem pensar em carnaval!

PS: Santa Maria, cidade gaúcha onde ocorreu o tenebroso incêndio que ceifou as vidas de trezentos jovens estudantes.