segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Rosa e a Morta

A Universitária Fabiana passava muitas madrugadas teclando com seus amigos virtuais, mas não imaginava que um dia fosse experimentar uma situação perturbadora como a que passaria a viver. Certa noite, Horácio pediu-lhe que fosse adicionado na sua lista de amigos e mandou-lhe uma foto onde surgia o rosto de um idoso que contrastava com o seu físico ainda musculoso e saudável. O distinto senhor usava frases curtas para se comunicar e o bate-papo estendeu-se por alguns meses sem que o mesmo revelasse algum detalhe de sua vida pessoal. De certa feita, uma foto de sua casa foi por ele enviada àquela nova amiga e na mesma sobressaía um roseiral em plena floração que reverberava ao sol de um claro verão.
Juntando-se a essa imagem vinha uma explicação enigmática:
-Essa roseira foi plantada por minha falecida esposa. Fabiana sentiu alguma estranheza naquilo tudo. Tomou um banho morno e foi para a cama.

O SONHO DE FABIANA:
Um carro funerário parou em frente a um poste de luz bruxuleante onde alguns homens carregavam um caixão metálico aberto. Lá, jazia um corpo de mulher. Na verdade, já não se tratava de um corpo comum, mas de uma dilaceração sanguinolenta terrível.
Fazendo um esforço intenso e suando por todos os poros, Fabiana, finalmente abriu os olhos e teve uma espécie de iluminação onde algo indicava a participação de Horácio naquele crime.
O arquivo de velhos jornais foi remexido por suas mãos hábeis, surgindo dali reportagens que davam conta daquele crime hediondo. Horácio havia sido preso, porém passara poucos anos na penitenciária. Estava, atualmente, levando uma vida próspera e conquistando suas futuras vítimas pela internet.
Finda a triste pesquisa, a moça foi até o seu computador e excluiu para sempre, quem sabe, o seu futuro assassino.
Na roseira tingida de sangue, Cecília, a morta, revelara a ela a verdadeira face de um monstro.
CECÍLIA DESCANSA EM PAZ...
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Não temam, é apenas uma ficção!