terça-feira, 24 de agosto de 2010

Feira Moderna e Maldita

E já era profético nos anos 70. Tava lá, Beto Guedes no Clube da Esquina, falando das coisas materialistas e ácidas acontecendo adoidado e que já nos rondam e invadem nossas tristes vidas.
" Tua cor é o que eles olham, velha chaga
Teu sorriso é o que eles temem, medo, medo
Feira moderna, o convite sensual
Oh! telefonista,se a palavra já morreu
Meu coração é novo
Meu coração é novo
E eu nem li o jornal
Nessa caverna, o convite é sempre igual
Oh! telefonista se a distância já morreu
Independência ou morte
Descansa em berço forte
A paz na terra, amém!"

O admirável futuro novo dessa internet vulgar que não te serve para nada e que te cerca na caverna em que morres de medo do medo. Um jogo de esconde-esconde onde todos são bandidos e os mocinhos viram estátuas de sal. Intrigas se multipicando e por que ainda aqui estou? Talvez a minha simples presença faça alguma diferença, como a sua, como a de meia dúzia de Dons Quixotes. Talvez.
E essa ilha da fantasia desvairada onde tudo é novo, onde o sexo é fácil com inundações de mulheres loiras, ruivas, morenas, todas belas e siliconadas se entregando a homens sem alma, é assim que tem que ser? Tão tudo aqui, tudo ao alcance e ao não-alcance da mão, da visão. Da nossa eterna cegueira de internautas que nos julgamos espertos, bons, matreiros, mas que não passamos de uns atoleimados.
O materialismo nosso de cada dia está nos mouses dos PCs disparando falsidades, mentiras, maldades, e as guerras dos hackers metralhando nossas máquinas, enviando-nos e-mails bloqueados e falcatruas digitais o quanto as tiverem. Não entenderam o recado? Pois que fiquem na omissão em que vivem e, por favor, não me encham o saco. Sacos de laranjas podres, gente ruim e obscura. Não sou eu que vou me aborrecer por isso.
Recantinhos sórdidos vão proliferando e vamos levando e cantando...
Betinho Guedes, tímido, mineiro bão que com Lô Borges e Fernando Brant irritaram e irritam o mau-caratismo nacional com a sua crueza proposital. Pois que continuemos a jogar o cacete da verdade nas caras dos que ousarem falar, da boca pra fora, de amor e poesia mas que escondem em seus corações odores fétidos do mal que rescendem a ódio e vingança.
Feira Moderna e Maldita! Viveremos para celebrarmos o retorno da Ética e do verdadeiro Amor numa Feira Livre e cheia de Esperanças!