sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Estóicos e hedonistas uivam para a lua

Estamos em tempos de lua cheia, sombras e sussurros, há lobisomens a rondar. Os cães uivam, homens morrem de desastre na terra e no ar, viúvas enlutam-se de negro fechado.
Fechados em seus princípios herméticos, reais ou virtuais estão os hedonistas, cultivadores da flor iridescente do prazer a qualquer preço; alto preço a ser pago, rosa sanguinolenta, sangue jorrando da fonte do capitalismo desvairado, louco e por origem, indecente.
Já os estóicos, curvam-se aos duros açoites do destino, não choram nem riem, apenas se arrastam, caminham sem olhar o céu, sem perceberem se existe ao menos a mínima possibilidade de um amanhã.
O encontro já marcado estava em alguma curva dessa estrada. Eles, hedonistas irresponsáveis
 e mais os estóicos vergastados e de olhos esbugalhados pela dor se ajoelharão ao pé de uma cruz, todos uivarão tão alto, tão alto que a própria vida morrerá ensurdecida.
E a refulgente flor, banhada pelo sangue dos inocentes lançará suas aveludadas pétalas aos ventos que virão de um futuro qualquer...